quinta-feira, 11 de junho de 2009

transparência

"Caro, escrevo-lhe estas linhas com tal nível de formalidade porque não sei o quanto de intimidade eu poderia usar, já que não devo merecer nenhuma. Desta vez não pedirei desculpas por meus atos falhos e muito menos deixarei você começar a desculpar-se por erros que só existem em sua cabeça (e que foram roubados da minha através de um golpe)".

erros que existem e estão soltos, têm meu nome escrito, acho que são meus.

"Sim, errei. Você deve entender-me e falar que está tudo bem. Mas sei que não está. A cada 'tudo bem' uma nova barreira de mármore aparece. A cada pedido de desculpas seu, você esculpe uma maravilha nesse mármore e torna-se impensável qualquer tentativa ou plano de derrubá-lo. Sua beleza torna-se cada vez mais distante e desejada. Uma beleza intocável que eu gostaria de poder ter em meus braços todos os dias da minha vida".

construo réplicas maravilhosas das pessoas, elas próprias têm medo de tocá-las.

"Não consigo imaginar o que passa por sua cabeça agora. Seria chato se eu descobrisse e o encanto seria menor. Demorei para entender que não é necessário sentido para tudo. Explicações são mentirosas e nada é mais sincero do que ouvir seu coração com meu peito. Seu ar deixa-me em transe, fico livre, voando fora do meu universo. Deixei a minha felicidade em você e só assim eu consigo encontrá-la. Sozinha, fico completamente sem graça e o meu eu torna-se seu para encontrar a mim perdida em seus olhos.

Dessa vez não pedirei desculpas, e também não perdoarei você por nada. Deixarei meu coração com seu grasnar desajeitado acordar seu coração e cantar para acalmá-lo. Serão batidas alegres e descompassadas para trazer de volta aquele que faz-me ir embora de mim para conhecer a pessoas feliz que sou".

sinto saudade do seu canto.
tum Tum tum Tum

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