Acho o que não queria, que preocupa, fragmentos de futuros incertos que nem me pertencem, mas são minha responsabilidade. Seria cruel ignorar. Prefiro a autotortura da minha mente. Vou dando um fim suave a minha existência enquanto a próxima imagem vai se formando.
Tudo é incompleto e eu só posso fixar as coisas com ilusões escorregadias que escapam-me com uma facilidade impressionante. A realidade talvez não seja tão importante, mas não posso negar que exista. Porém, ela torna-se muito fraca ao antecipar-se, potencializando a minha responsabilidade. Esta sim, confunde-se com culpa e joga-me num mar de cacos de vida que arranham a minha essêcncia e vão levando meus cacos para longe de mim.
Consciente do meu prazo de validade, ainda guardo um caco em mim. Um, em que guardo coisas como esperanças, sonhos, paixões e amor. Este pedaço é o que mais luta para sair de mim. Porém, é o que, apesar de acabar com todo o meu corpo, ao ponto de me deixar imóvel durante dias, me faz companhia e adia o meu fim.
É sagrado e eu protejo a todo custo. Até se o custo for eu mesmo, acabo topando o sacrifício, facilmente. Por isso, peço, po favor, quando as feridas forem tantas e eu não conseguir mais proteger este meu pedaço tão querido, arranque-o de mim e cuide com todo amor e carinho que puder.
Abrace-o e eu estarei mais vivo do que nunca neste pequeno caco, para sempre.
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